A militarização e a periferia
Na cidade de São Paulo, a militarização corre solta. A PM entra cotidianamente nas escolas públicas da periferia, invade as festas nas quebradas, reprime as manifestações populares, persegue militantes de movimentos sociais, etc.
Diferente destas ações que crescem “silenciosamente”, houve a
espetacular cobertura midiática da invasão da PM na Universidade de São Paulo, que passou a revistar os estudantes na entrada de bibliotecas e nos ônibus locais, a invadir Centros Acadêmicos, dentre outras provocações. É óbvio que essa invasão foi dissimulada pela mídia, por meio do mote da “segurança pública”, e da desqualificação da organização estudantil. 
Não é à toa que a gestão “pública” está cada vez mais na mão no militares: as subprefeituras da cidade de São Paulo são quase todas lideradas por coronéis da Policia Militar e cada vez mais os Conselhos de Segurança (CONSEGS) regionais têm maior poder de atuação sobre as leis e as políticas públicas, todos comandados pela PM, que também controla o IML, a CET, e vários outros órgãos.
Enquanto isso, a tal “opinião pública” aplaude quando a mídia elogia a nomeação de um participante do Massacre do Carandiru como novo chefe
da ROTA, ou quando a PM é colocada para correr atrás de estudantes que matam aulas (veja aqui).
São ataques contra o povo que hoje vem sendo despejado de suas comunidades como se não houvesse uma história, que vem sendo esmagado por uma cidade-negócio, onde manda a especulação, e que vem sendo humilhado pela ação truculenta desta militarização como se há poucas décadas não houvesse lutado contra a ditadura militar.
Se ainda não há respostas práticas contra essa militarização e contra as novas maneiras criadas para massacrar o poder popular, então devemos redobrar nossas forças para encontrá-la.





